domingo, 2 de dezembro de 2007

O Novo Feudalismo

O capitalismo neo-liberal globalisante está a criar uma nova forma de opressão política: um neo-feudalismo em que os feudos são as grandes empresas transnacionais e os novos servos todos aqueles que trabalham por conta de outrem.

Durante séculos a estabilidade política, a justiça e o respeito dos direitos dos povos e dos homens foram conseguidos pela capacidade do poder político se manter independente do poder económico e de o controlar. Aristocracias do sangue, forças armadas e sindicatos foram os instrumentos utilizados em diferentes épocas e em diferentes circunstâncias para controlar as oligarqias económicas. Nos nossos dias nenhuma força social tem capacidade para manter esse controlo. As aristocracias hereditárias perderam a legitimidade, as forças armadas, profissionalizadas, tornaram-se em guardas pretorianas das oligarquias, e os sindicatos foram neutralizados pela globalisação e pela deslocalização. O poder económico compra as consciências dos políticos, manipula as opiniões públicas por via do monopólio da comunicação social, neutraliza os sindicatos com a ameaça da deslocalização. Em breve veremos as grandes multinacionais criarem as suas próprias milícias – ao estilo da Blackwater a actuar no Iraque -, tornando impossível qualquer resistência ao seu poder tirânico.

É este grande desígnio plutocrata que explica a sanha anti-Chavez, o bloqueio a Cuba, e a subversão de que é alvo Evo Morales. É na América Latina que se está a esboçar a alternativa ao neo-feudalismo, e é por isso que é vital apoiarmos a revolução bolivariana e as mudanças constitucionais a serem implementadas na Venezuela. O futuro de todos nós passa pelo sucesso da revolução bolivariana, e pelo desenvolvimento de uma fórmula semelhante adaptada às realidades europeias.

Se não travarmos agora as oligarquias, condenaremos os nossos filhos e netos a reconquistarem a sua liberdade pela força das armas.